A Ferrari transcende o universo automotivo para se tornar um símbolo global de excelência, paixão e velocidade. Fundada por Enzo Ferrari, a marca do Cavallino Rampante conquistou corações de entusiastas ao redor do mundo com seus veículos excepcionais e sua rica história. Neste artigo, revelamos 20 curiosidades fascinantes sobre a Ferrari que demonstram por que esta lendária fabricante italiana continua sendo objeto de admiração e desejo há mais de 75 anos.
Enzo Ferrari com o primeiro Ferrari oficial, o 125 S de 1947
Contrariamente à crença popular, o primeiro carro criado por Enzo Ferrari não levava seu nome. Após deixar a Alfa Romeo em 1939, Enzo estava contratualmente proibido de usar seu sobrenome em carros por quatro anos. Assim, seu primeiro veículo foi o Auto Avio Costruzioni 815 de 1940, produzido sob o nome de sua nova empresa, Auto Avio Costruzioni.
A Ferrari não começou como fabricante de carros de luxo. Enzo Ferrari fundou a Scuderia Ferrari em 1929 como uma equipe de corrida que preparava carros Alfa Romeo para competições. Somente em 1947, após a Segunda Guerra Mundial, a Ferrari começou a produzir carros esportivos para financiar suas atividades nas pistas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a fábrica da Ferrari em Maranello foi bombardeada pelos Aliados em 1944 e completamente destruída. Após a reconstrução em 1946, a primeira Ferrari oficial, o 125 S com motor V12 de 1,5 litros, saiu da linha de produção em 1947, marcando o verdadeiro início da lenda Ferrari.
O emblemático Cavallino Rampante, símbolo da Ferrari desde 1929
O famoso símbolo do cavalo negro empinado tem uma origem comovente. Em 1923, Enzo Ferrari conheceu a Condessa Paolina Baracca, mãe do Conde Francesco Baracca, um herói da aviação italiana da Primeira Guerra Mundial. Francesco pintava um cavalo empinado na fuselagem de seus aviões. Após sua morte em combate, a Condessa sugeriu que Enzo adotasse o símbolo para trazer sorte. Ele acrescentou o fundo amarelo em homenagem à sua cidade natal, Modena.
O icônico vermelho Ferrari (Rosso Corsa) não foi uma escolha estética ou de marketing. Na verdade, era uma imposição: nas primeiras décadas do automobilismo, a Federação Internacional determinava que os carros de corrida italianos deveriam ser pintados de vermelho, os franceses de azul, os britânicos de verde e os alemães de prata.
O lendário motor V12 da Ferrari, símbolo de potência e sofisticação
Enzo Ferrari tinha uma paixão especial pelos motores V12. O primeiro Ferrari oficial, o 125 S, já utilizava esta configuração. Para Enzo, o som e a suavidade de funcionamento do V12 eram inigualáveis. Esta obsessão técnica se mantém até hoje, com a Ferrari sendo uma das poucas fabricantes que ainda produz motores V12 naturalmente aspirados.
Em 2018, um Ferrari 250 GTO de 1962 foi vendido em leilão por US$ 48,4 milhões, estabelecendo um recorde mundial. Posteriormente, em uma transação privada, outro 250 GTO teria sido vendido por aproximadamente US$ 70 milhões, tornando-se o carro mais caro já comercializado no mundo.
A Ferrari intencionalmente limita sua produção anual para manter a exclusividade. Em 2013, a empresa decidiu reduzir sua produção para menos de 7.000 unidades por ano, mesmo com demanda muito superior. Esta estratégia de escassez contribui para a valorização dos modelos e fortalece o status de exclusividade da marca.
A lendária fábrica da Ferrari em Maranello com a pista de testes Fiorano
A entrega de um Ferrari novo é uma experiência ritualística. Os compradores são convidados a visitar a fábrica em Maranello, onde participam de uma cerimônia especial. O momento culminante é quando o veículo é revelado em uma sala especial, com iluminação dramática e música. Alguns modelos exclusivos são entregues com champanhe e um álbum fotográfico documentando a construção do carro.
A Ferrari oferece um programa de personalização chamado “Tailor Made”, onde os clientes podem customizar praticamente todos os aspectos de seu veículo. As opções vão desde cores exclusivas até materiais inusitados como jeans, cashmere ou granito para o interior. O processo pode levar até dois anos e adicionar centenas de milhares de dólares ao preço base.
Para modelos especiais e de edição limitada, a Ferrari seleciona cuidadosamente quem pode comprar seus carros. Clientes em potencial precisam ter histórico com a marca, geralmente possuindo outros modelos Ferrari. Esta prática controversa gerou até processos judiciais de clientes rejeitados, mas a Ferrari mantém o controle rigoroso sobre quem pode adquirir seus modelos mais exclusivos.
A dominância da Ferrari na Fórmula 1 é parte fundamental de sua história
A Scuderia Ferrari é a equipe mais antiga e mais bem-sucedida da história da Fórmula 1. Desde 1950, conquistou 16 títulos de construtores e 15 de pilotos. No total, os pilotos Ferrari venceram mais de 5.000 corridas profissionais em diversas categorias, incluindo 238 vitórias em Grandes Prêmios de F1.
O parque temático Ferrari World em Abu Dhabi, inaugurado em 2010, abriga a Formula Rossa, a montanha-russa mais rápida do mundo. Ela acelera de 0 a 240 km/h em apenas 4,9 segundos, simulando a aceleração de um carro de Fórmula 1. Os passageiros precisam usar óculos de proteção semelhantes aos utilizados por pilotos.
A evolução dos modelos Ferrari através das décadas
Tradicionalmente, os números nos nomes dos modelos Ferrari indicavam a cilindrada de cada cilindro. Por exemplo, no Ferrari 250, o “250” significava que cada um dos 12 cilindros tinha 250cc, resultando em um motor de 3,0 litros. Esta tradição foi abandonada nos modelos mais recentes, que adotaram nomenclaturas diferentes.
O icônico Ferrari Testarossa, produzido entre 1984 e 1996, tem um nome que significa literalmente “cabeça vermelha” em italiano. O nome refere-se às tampas de válvulas vermelhas do motor boxer de 12 cilindros. Curiosamente, Enzo Ferrari e Pininfarina (responsável pelo design) frequentemente usavam termos com duplo sentido em seus modelos, muitos fazendo referência ao corpo feminino.
Os modelos Ferrari com o nome “Dino” foram uma homenagem ao filho de Enzo Ferrari, Alfredo (apelidado de Dino), que morreu de distrofia muscular aos 24 anos em 1956. Dino era engenheiro e havia trabalhado no desenvolvimento de motores V6 para a Ferrari antes de sua morte prematura. Os carros Dino foram inicialmente comercializados como uma marca separada, sem o emblema Ferrari.
Enzo Ferrari e seus inseparáveis óculos escuros, que usava em luto pelo filho
A rivalidade entre Ferrari e Lamborghini nasceu de um desentendimento pessoal. Ferruccio Lamborghini, então fabricante de tratores, possuía um Ferrari e reclamou a Enzo sobre problemas na embreagem. Enzo, conhecido por seu temperamento, teria respondido: “O problema não é o carro, mas o motorista. Volte para seus tratores.” Ofendido, Lamborghini decidiu criar sua própria marca de supercarros para competir com Ferrari.
Poucos sabem, mas a Scuderia Ferrari teve uma divisão de motocicletas nos anos 1930. Fundada em 1932, a equipe utilizava motos Rudge 500 TT e competiu em várias corridas europeias. Esta fase durou pouco tempo, pois Enzo Ferrari logo concentrou seus esforços exclusivamente nos automóveis.
O Ferrari Enzo, produzido entre 2002 e 2004 em homenagem ao fundador, tem a maior taxa de acidentes entre os supercarros. Das 400 unidades fabricadas, aproximadamente 17 foram destruídas em acidentes graves, representando mais de 4% da produção total. Sua potência extrema e tecnologia avançada para a época exigiam habilidade excepcional dos motoristas.
Enzo Ferrari faleceu em 14 de agosto de 1988, aos 90 anos. Por seu pedido expresso, sua morte só foi anunciada após 48 horas, para que a notícia não interferisse na Bolsa de Valores. Seu último projeto supervisionado foi o lendário F40, considerado por muitos como o último “verdadeiro Ferrari” da era clássica.
O LaFerrari, híbrido de 963 cavalos limitado a 499 unidades
A presença marcante dos Ferrari no cinema consolidou o status cultural da marca
Os Ferrari conquistaram lugar de destaque no cinema mundial. Modelos como o 250 GT California em “Curtindo a Vida Adoidado” (1986), o Testarossa em “Miami Vice” e o 355 em “Bad Boys” se tornaram ícones culturais. Em 2019, o filme “Ford vs Ferrari” retratou a histórica rivalidade nas 24 Horas de Le Mans de 1966, reforçando o legado da marca na cultura popular.
Após mais de 75 anos, a Ferrari continua sendo sinônimo de excelência automotiva, paixão e exclusividade. Das pistas de corrida às coleções particulares, o legado de Enzo Ferrari permanece vivo em cada veículo que deixa a fábrica de Maranello. As curiosidades que compartilhamos revelam apenas uma fração da rica história desta marca lendária que transcendeu o mundo dos automóveis para se tornar um ícone cultural global.
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O primeiro carro oficialmente produzido sob o nome Ferrari foi o 125 S de 1947, equipado com um motor V12 de 1,5 litros projetado por Gioacchino Colombo. Apenas dois exemplares foram construídos, e ambos foram posteriormente desmontados para reutilização de peças em modelos subsequentes.
A cor vermelha (Rosso Corsa) tornou-se símbolo da Ferrari devido às regulamentações de corrida internacionais do início do século XX, que determinavam que carros de corrida italianos deveriam ser pintados de vermelho. Com o tempo, a cor se tornou parte da identidade da marca, embora os Ferrari estejam disponíveis em diversas cores.
A Ferrari intencionalmente limita sua produção anual para manter a exclusividade. Atualmente, a fabricante produz aproximadamente 8.000 a 9.000 veículos por ano, um número significativamente menor que outras marcas de luxo. Em 2013, a empresa chegou a reduzir sua produção para menos de 7.000 unidades anuais como estratégia de valorização.